"Mesmo com o barulho da música, Henry reconheceu a voz dela. Olhou ao seu redor, examinou a multidão, perdido, até localizá-la sentada num morrinho gramado. Henry subiu a ladeira, suando nas mãos.
Ela pôs de um lado um caderninho e ergueu os olhos, sorrindo:
- Henry, o que você está fazendo aqui?
- Ai de qui teu...
As palavras lhe rolaram da língua com a suavidade de um trator. Ele sentiu o suor brotar a testa. E as palavras? Como era mesmo o resto?
- Oi rechide... so.
A expressão de Keiko congelou num sorriso de surpresa, interrompido apenas por um ocasional piscar de olhos.
- O que foi que você disse?
Respire Henry. Respire fundo. Outra vez.
- Oai deki te ureshii desu!
As palavras, que significavam "Tudo bem com você, linda?" em japonês, saíram de uma forma perfeita! Consegui!
Silêncio.
- Henry, eu não falo japonês.
- O quê?... - reagiu o jovem admirador chinês ante a menina nipo-americana.
- Eu. Não. Falo. Japonês - repetiu Keiko antes de cair na gargalhada."
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